quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Hannah e suas irmãs(1986)



Finalmente,o último filme de todos programados.Hannah e suas irmãs é um filme que se passa na cidade de NY e conta a história de 3 irmãs muito unidas.A vida de cada uma delas e seus problemas são contados durante o longa,mas o principal conflito acontece quando o marido de Hannah se apaixona pela irmã mais nova da mulher,Lee.As tres são filhas de artistas e por isso também se tornaram atrizes,sendo que cada uma tem sortes diferentes em conseguir trabalhos.

Woody faz o papel de um hipocondriaco ex-marido de Hannah que passa por uma grande tensão de descobrir se tem um cancer ou não.No final acaba ficando com a irmã do meio de Hannah,Holly.

Um recurso diferente que Woody utiliza nesse filme são telas de fundo preto com frases escritas,que lembram filmes de cinema mudo,toda vez que acontece algo diferente.

Novamente é possível fazer relaçõe entre os próprios filmes de Woody.No filme Deconstruindo Harry,um dos personagens também se apaixona pela irmã da mulher,e nos dois filmes,nenhum dos dois ficam com elas no final.

O filme é bem interessante,com cenas e diálogos inteligentes.





Desconstruindo Harry.

"Desconstruindo Harry" é um filme de 1997 que conta a história de Harry Block(Woody Allen).Harry é um escritor de sucesso que escreve seus livros baseados em fatos que ocorreram em sua vida,principalmente histórias com as mulheres que teve.Durante o filme ,vai se mostrando como a vida de Harry vai se desconstruindo,ou seja,cada coisa de ruim que foi acontecendo para ele chegar ao ponto que estava.

Já na abertura o público é instigado a saber o que vai ocorrer no filme,pois enquanto é mostrado os nomes dos participantes do filme,uma mesma cena se repete,diferente do que ocorre normalmente(apenas os nomes com um fundo preto).

As diferentes histórias que o autor escreve são mostradas em flashback enquanto a própria história do autor acontece e esses flashbacks vão se misturando com o tempo real.No filme,o personagem principal,Harry,sempre foi apaixonado por mulheres desde de novo.Casou-se novo para sair de casa e com pouco tempo de casado queria outras mulheres e foi ai que conheceu prostitutas.Prostitutas perpassam sua vida sempre que terminava com suas mulheres.Casou-se três vezes,teve um filho e em uma dessas histórias até trai sua mulher com a  irmã da mesma.São histórias cômicas que vão contando a vida do autor e ele as escreve para ganhar dinheiro,mas as próprias pessoas de sua vida que estão nessas histórias não gostam do que ele escreve sobre elas.

Por ser um filme mais novo em relação a maioria dos outros(tirando Vick e Cristina Barcelona e Whatever Works) é legal reconhecer alguns atores,o que fez com que eu me identificasse mais com o filme.O ator que faz o personagem Peter Parker do Homem Aranha,por exemplo,faz Harry (Woody Allen) mais novo,e isso deixa o filme mais engraçado pela identificação.

Mais relações com a vida de Allen são mostradas,como em outros filmes.No longa,um dos fatos do presente que ocorre e ocupa uma boa parte da trama é o fato da faculdade antiga do personagem querer homenageá-lo.O que é comum com a vida do diretor é que no filme como na vida real,a faculdade que ele estudou o expulsou de lá.
Dos filmes que vi,penso que nesse filme é feita a crítica mais explicita e forte aos judeus.Nos outros filmes sempre há uma ironia ou outra,mas nesse a crítica é maior.

O final do filme me deixou confusa.No final aparece os próprios personagens de Harry o homenageando.Logo depois ele declara ser aquilo um bom sonho,e que poderia dar um bom livro,onde o escritor teria uma vida pessoal fracassada e uma vida artistica de sucesso.Não entendi se tudo mesmo era um sonho ou apenas o final.Ainda estou intrigada com isso.Tenho que ver o filme de novo.

Sobre o filme o diretor disse:"A chei que era uma ideia engraçada,que tinha uma certa inteligência e me daria uma oportunidade de fazer uma porção de pequenas comédias curtas..."

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Tiros na Broadway


(trailler do filme)

Tiros na Broadway é um filme bem interessante que acontece através de duas histórias.A primeira retrata a difícil entrada de um escritor de peças de teatro e a montagem de uma de suas peças aceitas por um produtor até sua estréia.A segunda mostra a briga de máfias e muitos tiros.Ao longo da trama essas histórias vão se juntando aos poucos até chegar no ápice em que um "artista" morre.

Não é Woody o ator desse filme,mas como em "Whatever Works",é possível  perceber algumas semelhanças do personagem principal com o diretor,apesar de não ser tanto quanto no outro filme.Primeiramente o personagem principal Davis é um escritor e artista,além de ser judeu(alguma semelhança?).A peça que ele monta é bem parecida com os filmes de Woody,que apesar de não ser mostrada por inteiro, é possível ver traços de características dos filmes,como a psicanálise sempre presente.

Pelo estilo diferente de suas peças,o escritor tinha grande dificuldade de entrar no meio artístico.Esse início me pareceu uma comparação com os filmes de Woody,que também são diferentes dos usuais.Parece ele retratando sua difícil entrada no meio artístico ou difícil aceitação dos outros.

O final do filme acaba por ser um final feliz.Davis e sua mulher,que se separam durante o filme,ficam juntos no final,contradizendo a ideia de que filmes de Woody fogem do happy end convencional.

Sobre o filme,é interessante observar a contradição que ocorre durante a trama.No início,Davis fala que é um artista e não mudará nada para se adaptar a Broadway,mas ,ao conhecer a atriz Helen Sinclair e um integrante da máfia ,Cheech,ele começa a fazer várias mudanças por causa das opiniões deles.No fim,mostra que as mudanças foram ótimas e o que fica é que não é muito bom ser inflexível.

É interessante observa como cresce a amizade entre Davis e Cheech,e a mudança do próprio Cheech em relação as artes.Davis chega até a declarar que Cheech é que era o verdadeiro artista e não ele.

Senti que ao final ,o filme poderia ser um pouco mais elaborado,mas não deixa de ser um bom filme que mistura arte,paixão e máfia.


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Woody's films

Depois de ver alguns filmes do diretor é fácil identificar certas características nos longas.Você já fica acostumado com certas cenas,temas e quando algo não ocorre como esperado,você estranha.No filme "Crimes e Pecados",por exemplo,quando foi chegando ao final e as histórias não se encontravam,comecei a ficar irritada e disse:Isso não é um filme típico de Woody(me achando expert haha).

Assim,depois de ver os longas podemos verificar algumas coisas.

-Primeiro os temas dos filmes.Eles são,em sua maioria,dos gêneros da  comédia e um pouco de drama,e falam muito sobre relacionamentos,traições,discussões,neuroses e psicanálise.Sempre de forma critica e ironica.

-Sobre os personagens há muito que dizer. Primeiro que ,muitos deles ,são atuações do próprio Woody Allen(Além de diretor ,escritor e músico,é também ator.).Outro ponto importante são as auto-referencias do diretor.É fácil confundir os personagens e Woody quando se sabe sobre sua vida(O fato de muitos serem judeus,neuróticos,comediantes,escritores e até diretores de filmes mais cults,como ele.).Woody também,escala,constantemente, os mesmo atores para fazerem diferentes personagens,como Diane Keaton e Mia Farrow.

-Trilha sonora: Não preciso falar muito por ter todo um ''post'' dedicado a ela.Resumindo,são em sua maioria,compostas por jazz e músicas clássicas.

-Locações : A maioria dos longas de Allen foram gravados em Nova York,cidade que o diretor nasceu e é apaixonado.Alguns de seus últimos filmes,no entanto,preferiu gravar na Europa,em diferentes cidades.

-O que se pode observar também é que o diretor foge dos happy ends convencionais.Não que os finais sejam trágicos,mas muitas vezes não os finais que queremos ou então são finais que ficam em abertos.Como disse o diretor em entrevista :" Eu nunca penso em finais felizes.Quer dizer,a menos que saia organicamente da história."

-Além disso,o que é possível observar é o estilo europeu do diretor.Foi me questionado se o cinema europeu via o cinema de Woody com bons olhos.É difícil responder,mas acho que o cinema europeu,por um lado,vê o cinema de Woody Allen com bons olhos.Primeiro porque ele sofreu uma boa influencia da nouvelle vague que sai totalmente do cinema hollywoodiano.Vi em outro blog uma frase interessante que dizia :"Woody Allen,o mais europeu dos cineastas americanos."Além disso,seus últimos filmes foram gravados na Europa,com cenários maravilhosos no continente.Por outro lado,pode ser também que ocorra um preconceito por um americano estar fazendo um cinema "europeu".O que sei é que ,mesmo que os filmes do diretor se pareçam com os europeus ele tem um toque a mais,que é a comédia,fazendo toda a diferença.

Com certeza existem outros pontos que se repetem nos longas,mas penso que esses são os principais.É fácil estar assistindo um filme,numa cena especifica e lembrar de uma cena de outro filme que se parece muito com aquela,ou um personagem,ou fato,mas,mesmo assim,Woody consegue fazer histórias diferentes,ótimas de se ver.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Crimes e Pecados (1989)

A cena mostrada na capa do filme Crimes e Pecados (1989) é a cena final da trama.Único momento da história em que os dois personagens principais se encontram e conversam um pouco sobre a vida.

A história do filme é a seguinte: Duas histórias seguem paralelamente. Na primeira um oftalmologista (Martin Landau) de sucesso se depara com o fim do seu casamento e da carreira, pois sua amante (Anjelica Huston), cansada da situação, ameaça revelar o caso deles para a mulher. Diante desta situação, resolve mandar matá-la. Na outra história, um produtor de documentários (Woody Allen)é casado mas se apaixona por outra mulher (Mia Farrow), que no entanto prefere um outro produtor (Alan Alda).

As histórias seguem separadamente,se ligando apenas por um personagem do filme,mas que nada altera nas histórias,e o filme acaba por não fazer nenhuma ligação entre elas,tirando o encontro entre os personagens principais ao final.
Dentre os filmes já vistos por mim ,do diretor,esse foi  o que menos gostei .Tem várias caracteristicas dos filmes de Allen,muitas cenas e fatos lembram outros filmes,mas ,quando chegou a cena final,achei que faltou algo,e penso que foi exatamente a ligação entre as histórias.

O próprio diretor Woody Allen,em entrevista,comentou que a montagem do longa foi dificil,várias cenas já filmadas tiveram que ser  cortadas,e alguns atores também .

A mania de Woody de repetir atrizes tambéms ocorre nesse filme.Não foi o primeiro nem o último filme de Mia Farrow na coletanea do diretor.Além de Diane Keaton,Mia é outra que fez diversos longas de Allen.
"Dá para escrever qualquer coisa para Mia .Ela é uma atriz desse tipo.É mais uma atriz clássica ,mas é capaz de fazer uma cantora barata e uma mãe dramática."(palavras de Woody Allen)...


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Manhattan (1979)




"He adored NYC " é a primeira frase que é falada no filme.Foi a frase que me marcou .Logo que ela é falada ,lembrei de Woody Allen e sua paixão pela cidade.Cenas lindas de Manhattan são mostradas o tempo todo,ressaltando ainda mas a paixão do diretor pelo lugar.

Woody interpreta um escritor de programas para TV que namora uma jovem de 17 anos. Sua vida começa a mudar quando ele conhece a amante do seu melhor amigo e começa a ter relações com ela. A partir daí, tem início uma série de cenas cômicas mostrando os diferentes casais que são formados durante a trama.
Woody ou ,Isaac passa a ter diferentes problemas com diferentes mulheres.Sua paixão pela amante de seu melhor amigo,sua jovem namorada ,além de sua ex-mulher lésbica com a qual tem um filho.

É muito fácil achar relações de um longa com o outro no repertório de Allen.Logo no inicio lembrei do filme "Whatever Works" no qual o personagem principal também namora uma garota mais nova.Outra relação foi com o filme "Crimes e Pecados" no qual um dos personagens também trai a mulher,sendo esse tema muito comum em outros filmes.

Um ponto importante a se falar é que,após ler a biografia de Woody Allen e ver seus filmes,é muito fácil confundir seus personagens com o próprio diretor.Não achei nenhuma declaração do autor em que ele diz realmente que ele e seus personagens são praticamente as mesmas pessoas,mas achei várias citações em que ele diz que se "transporta" para os personagens ou que eles são baseados em pessoas que ele conviveu durante a vida.Não só pelo fato de vários personagens serem intelectuais,judeus,neuróticos e que vão ao psicanalista,outras características podem ser notadas.Nesse filme,por exemplo o personagem escreve livros e também escreve para um programa de TV,coisas que Woody já fez.

O filme é bom,mas ao final dele tinha certeza que havia gostado mais de "Annie Hall"(filme que vi alguns dias antes desse).Depois de refletir mais um pouco,já nao tinha mais essa certeza.O engraçado é que durante o filme torcia para todos os casais darem certo.Primeiro para Isaac e Tracy,depois para Issac e Mary,Mary e Yale,Yale e Emily.Ficava chateada quando algum terminava,mas logo torcia para o próximo que se formava.
Novamente,sem final feliz,na verdade mais um final incerto,pois não sabemos se ele vai encontrar Tracy novamente...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Vicky Cristina Barcelona








Escrito e dirigido por Woody Allen,Vicky Cristina Barcelona,2008, faz parte dos filmes que o diretor não gravou nos EUA.Sim,apesar da fama de Allen de gravar filmes apenas em NY,o diretor andou gravando alguns longas na Europa.

O filme conta a história de Vicky ,interpretada por Rebecca Hall ,e Cristina (Scarlet Jonhansson) ,duas amigas que vão passar as férias em Barcelona.Vicky está noiva e Cristina busca uma nova paixão e nesse tempo conhecem Juan Antonio (Javier Barden) que possui sérios problemas com sua ex Maria Elena (Penelope Cruz).Os quatro se envolvem num relacionamento conturbado na linda cidade Barcelona e o filme perpassa todas essas confusões entre brigas e muito amor.Trata diferentes temas como sexo,amor,traição,arte,fotografia,Barcelona.Acho que essas palavras resumem bem o filme.

Sobre o cenário,não tem o que falar.Paisagens maravilhosas de Barcelona que compõem o filme de um jeito indescritível.A trilha sonora foge dos jazz e clássicos sendo composta por várias músicas em espanhol.A música tema é  de Giulia y Los Tellarini - Barcelona e é dessa música que sempre lembro quando penso no filme pois sempre toca um pedacinho dela em diferentes cenas.

Alguns dizem que esse filme é mais um típico longa de Woody Allen.Não concordo.Além da questão da trilha sonora,é um filme que envolve muita sensualidade,e que trata do amor de uma forma diferente da que o diretor vinha tratando.Trata do amor entre várias pessoas,sobre como as pessoas podem se apaixonar por outras e "desapaixonar" ao mesmo tempo.Não existe um certo neurótico,que vai ao analista,ou discussão de relacionamento ,dentre outras repetições.Mas acho que a grande diferença mesmo é o fato de ser um filme como um todo,sexy,não só pelos atores,como a locação,deixa a trama toda diferente,acho que não tem um filme do diretor que se pareça com esse.Atrevo-me até a dizer que chega a ser um filme mais parecido com os filmes de Hollywood,por agradar um público maior.
Não pode se negar algumas semelhanças,lógico,pois é o mesmo diretor.Ainda se trata de um longa que fala de relacionamentos ,cheio de citações inteligentes,dentre outras,mas ainda acho que é um outro ponto de vista.

Os atores sempre estão em completa sintonia na atuação da trama,mas Penélope Cruz consegue roubar  a cena várias vezes.E a frase da personagem,que é bem marcante,pode resumir todo o filme :"Os relacionamentos  não realizados são sempre mais românticos".Só vendo pra saber,mas o filme é lindo em todos os sentidos.





terça-feira, 26 de outubro de 2010

Soundtrack! (As trilhas de Woody Allen)




O vídeo acima mostra, simplesmente, um dos maiores gastos em questão de trilha sonora que Woody Allen já teve.Para o filme "Manhattan" (1979), ele contratou a Orquestra Filarmônica de Nova York especialmente para interpretar canções de Gershwin (um de seus músicos prediletos).A música acima se chama “Rhapsody in Blue" e toca na abertura do filme.

Uma das características marcantes nos filmes do diretor são as trilhas que embalam as tramas. A maioria delas é composta por jazz e o resto são músicas clássicas.  Generalização ou não,são esses os gêneros preferidos de Allen e com poucas exceções,seus filmes são compostos por outro tipo de música.
Essa paixão por jazz começou já na adolescência quando começou a tocar clarineta,instrumento que toca até e hoje e com o qual faz apresentações nas noites de NY.

No livro “Conversas com Woody Allen” de Eric Lax,tem um capitulo inteiro ,com uma série de perguntas ao diretor só sobre trilhas sonoras:

“Você faz idéia da música que quer quando está escrevendo o filme?
Em geral eu sei pelo menos parte da música que vou usar,se não toda.(...)”

“Qual a função da música num filme?
Para mim a música da ênfase ao filme e as vezes salva uma cena –sem música uma cena não funciona ,com música,sim.Se você tem um bom filme e usa uma boa música é como tirar uma boa  no pôquer.É uma sensação gostosa.(...)”
“O que é que tem no jazz que te atrai tanto?
Coloco a música que gosto porque o filme é meu [ri].Existe um certo tipo de jazz que é ótima música para comédia,porque é para cima e viva.(...)"

Trilhas sonoras em filmes sempre servem para intensificar uma cena,dar mais emoção,transmitir algo,dar ênfase ao que é mostrado e sem elas não seria a mesma coisa.E isso não é diferente nos filmes de Woody,mas sendo o jazz ou a música clássica penso que essas 'emoções' são passadas de forma mais sofisticada.Em" Manhatan" ,por exemplo, a trilha sonora instrumental da um ar ,tanto de movimentação ou uma bela noite em NY,como de sofisticação,com a exaltação dos instrumentos na música.É muito interessante o que Woody consegue passar com a trilha sonora ,sendo o mesmo gênero,o jazz,transmitindo diferentes sensações .Ele escolhe as próprias músicas de seus filmes,do seu próprio acervo e poderíamos pensar que talvez as músicas não agradassem a outros já que ele escolhe músicas de seu gosto,mas não dá para não gostar.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sobre Annie Hall


"Vencedor do Oscar:Melhor Filme 1977".Isso está escrito na capa do filme que peguei para assistir,o que já diz muita coisa.Annie Hall ou Noivo neurótico,Noiva nervosa,de acordo com a crítica,foi o filme revelação de Woody Allen,ganhou quatro Oscars no ano seguinte e é considerado uma grande contribuição para o cinema americano.Os filmes cômicos de Allen contrastavam com os cineastas da década de 70,de Hollywood.

O filme se resume no relacionamento de Alvy Singer(Woody Allen),um comediante de Manhattan,com a cantora de clube noturno Annie Hall(Diane Keanton).A trama perpassa todo o relacionamento do casal,entre brigas,problemas,analistas,mas também pelo amor.

O legal do diretor é que ele consegue trazer o presente histórico da época para o filme.Fazer análise,discutir relação,liberdade de escolha da mulher,estava na moda.Esses diálogos são constantes e cômicos no longa.
E falando de moda,nada mais nada menos que Ralph Lauren assinou alguns figurinos de Annie no filme.

O inicio do filme me remeteu ao "Whatever Works",pois Alvy também conversa com o público num monólogo inicial como faz também o personagem Boris.
Nesse filme senti falta das famosas trilhas sonoras de Woody Allen.Pesquisado depois,descobri que ele optou por ter pouquíssima trilha sonora pois estava fascinado com os trabalhos de outro diretor que trabalhava com pouca trilha ou nenhuma.
O filme termina assim: "Pois é,acho que é bem assim que eu me sinto sobre relacionamentos.São totalmente irracionais,malucos ,absurdos,mas acho que todos nós continuamos a enfrentas porque a maioria de nós precisa de ovos."
Allen quebra com o happy end convencional e o filme termina com Annie e Alvy como amigos.
Lembro de assistir um filme desses qualquer,de Hollywood,e o final não foi feliz.O casal também terminou como amigos.Para mim foi uma grande revolução um filme hollywoodiano não terminar com um final feliz.Acho que esses filmes estão mudando,pouco,mas mudando.
No mais,o filme é ótimo,engraçado,leve de assistir.Vale muito a pena.


Anotações que fiz durante o filme:
-Personagem conversa com o público.
-Fala de Freud,psicologia,psicanálise...
-Personagem paranóico desde criança
-Cita McLuhan
-Problemas no relacionamento
-Trilha sonora só no final
-Written and Direct by Woody Allen

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Whatever Works(O filme)




O último filme do diretor Woody Allen lançado no cinema foi "Whatever Works" ,2009,(ou Tudo pode dar certo,em português).O filme marca a volta do cineasta a NY,que andava gravando seus últimos filmes na Europa,e trás de volta também ,o típico judeu nova-iorquino neurótico de suas produções.
Uma das características marcantes de Woody Allen são as auto- referências e,como já dito,ele as trás nesse filme.Allen é sim um judeu,neurótico e que foi muito ao psicanalista e ele leva isso aos seus filmes com muito humor e ironia.Assim,esse último filme não foge delas,mas ao invés de ser Woody,Larry Davis é o ator da vez(fazendo um Woody Allen).

Whatever Works conta a história de Boris (Larry David), que é um judeu nova-iorquino excêntrico e que abandona sua vida de conforto para tentar a sorte com uma existência mais boêmia como professor de xadrez.Durante o filme, Boris se apaixona por uma menina  mais nova que ele, interpretada por Evan Rachel Wood e a trama continua com várias surpresas na nova vida de Boris

Boris é insensível,sincero demais,excêntrico demais,mal humorado,pessimista,e até ,em certa cena ,chega a dizer que este não é um filme para fazer as pessoas se sentirem bem.Mas o filme consegue ser bom,e consegue trazer diferentes reflexões sobre vida e cotidiano,que não estão explicitas no filme,mas que devem ser pensadas.

Outra característica dos longas de Allen que esse filme também não foge é a conversa com o público.O personagem ultrapassa a barreira da telona e dialoga com quem está assistindo o longa.Conversa,faz perguntas e reflexões sobre o filme.

"Whatever Works" foi o primeiro filme do diretor Woody Allen que vi,e por isso escolhi como tema de trabalho,para ,para conhecê-lo melhor.E depois disso,vendo outros filmes do diretor,não sei se posso afirmar,mas tenho uma suposição.Os últimos filmes do diretor me parecem mais "fáceis" de se ver.São os mesmos filmes de humor ou dramáticos,mas parecem ter algo diferente.Mas creio que tenha algo a ver com quando o filme foi feito também.Os últimos filmes são feitos e gravados nos dias de hoje e os outros são gravados em outras décadas.Concluo que isso pode alterar muito a percepção de um filme e de como ele é feito.

No mais,é um filme ótimo e que relembra outros filmes do diretor...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

No início.("What´s up,Tiger Lily")




Tudo tem um início.
Este blog também e ele começa por causa de um trabalho da faculdade(UFMG - matéria: Projetos AI -meu tema : Woody Allen)
 
Allan Stewart Königsberg  é um cineasta, roteirista, escritor, ator e músico americano , mais conhecido pelo pseudônimo de Woody Allen. Nasceu no dia 1 de Dezembro de 1935 e desde de jovem se envolvia no mundo do entreteirimento.
 
O início de sua carreira ocorreu com o filme "What´s up,Tiger Lily" (O que é que há gatinha?),o qual escreveu e atuou.É um filme de comédia,de 1966,que conta a história de um editor de uma revista que possui uma complexa vida amorosa e confia em Dr. Fritz para ajudá-lo.

Em uma entrevista interessante ,ao perguntarem a ele sobre o filme ele disse : "É.Uma experiência não muito boa.A grande lição nesse caso é que se um filme é bem-sucedido,mas você não está contente com ele,a experiência é infeliz e não vale nada."

Seu primeiro filme como diretor mesmo é " Um assaltante bem trapalhão " e a partir daí são mais de 40 filmes,entre comédias e dramas,nas últimas 4 décadas.

E é assim que se inicia esse blog...