quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Vicky Cristina Barcelona








Escrito e dirigido por Woody Allen,Vicky Cristina Barcelona,2008, faz parte dos filmes que o diretor não gravou nos EUA.Sim,apesar da fama de Allen de gravar filmes apenas em NY,o diretor andou gravando alguns longas na Europa.

O filme conta a história de Vicky ,interpretada por Rebecca Hall ,e Cristina (Scarlet Jonhansson) ,duas amigas que vão passar as férias em Barcelona.Vicky está noiva e Cristina busca uma nova paixão e nesse tempo conhecem Juan Antonio (Javier Barden) que possui sérios problemas com sua ex Maria Elena (Penelope Cruz).Os quatro se envolvem num relacionamento conturbado na linda cidade Barcelona e o filme perpassa todas essas confusões entre brigas e muito amor.Trata diferentes temas como sexo,amor,traição,arte,fotografia,Barcelona.Acho que essas palavras resumem bem o filme.

Sobre o cenário,não tem o que falar.Paisagens maravilhosas de Barcelona que compõem o filme de um jeito indescritível.A trilha sonora foge dos jazz e clássicos sendo composta por várias músicas em espanhol.A música tema é  de Giulia y Los Tellarini - Barcelona e é dessa música que sempre lembro quando penso no filme pois sempre toca um pedacinho dela em diferentes cenas.

Alguns dizem que esse filme é mais um típico longa de Woody Allen.Não concordo.Além da questão da trilha sonora,é um filme que envolve muita sensualidade,e que trata do amor de uma forma diferente da que o diretor vinha tratando.Trata do amor entre várias pessoas,sobre como as pessoas podem se apaixonar por outras e "desapaixonar" ao mesmo tempo.Não existe um certo neurótico,que vai ao analista,ou discussão de relacionamento ,dentre outras repetições.Mas acho que a grande diferença mesmo é o fato de ser um filme como um todo,sexy,não só pelos atores,como a locação,deixa a trama toda diferente,acho que não tem um filme do diretor que se pareça com esse.Atrevo-me até a dizer que chega a ser um filme mais parecido com os filmes de Hollywood,por agradar um público maior.
Não pode se negar algumas semelhanças,lógico,pois é o mesmo diretor.Ainda se trata de um longa que fala de relacionamentos ,cheio de citações inteligentes,dentre outras,mas ainda acho que é um outro ponto de vista.

Os atores sempre estão em completa sintonia na atuação da trama,mas Penélope Cruz consegue roubar  a cena várias vezes.E a frase da personagem,que é bem marcante,pode resumir todo o filme :"Os relacionamentos  não realizados são sempre mais românticos".Só vendo pra saber,mas o filme é lindo em todos os sentidos.





terça-feira, 26 de outubro de 2010

Soundtrack! (As trilhas de Woody Allen)




O vídeo acima mostra, simplesmente, um dos maiores gastos em questão de trilha sonora que Woody Allen já teve.Para o filme "Manhattan" (1979), ele contratou a Orquestra Filarmônica de Nova York especialmente para interpretar canções de Gershwin (um de seus músicos prediletos).A música acima se chama “Rhapsody in Blue" e toca na abertura do filme.

Uma das características marcantes nos filmes do diretor são as trilhas que embalam as tramas. A maioria delas é composta por jazz e o resto são músicas clássicas.  Generalização ou não,são esses os gêneros preferidos de Allen e com poucas exceções,seus filmes são compostos por outro tipo de música.
Essa paixão por jazz começou já na adolescência quando começou a tocar clarineta,instrumento que toca até e hoje e com o qual faz apresentações nas noites de NY.

No livro “Conversas com Woody Allen” de Eric Lax,tem um capitulo inteiro ,com uma série de perguntas ao diretor só sobre trilhas sonoras:

“Você faz idéia da música que quer quando está escrevendo o filme?
Em geral eu sei pelo menos parte da música que vou usar,se não toda.(...)”

“Qual a função da música num filme?
Para mim a música da ênfase ao filme e as vezes salva uma cena –sem música uma cena não funciona ,com música,sim.Se você tem um bom filme e usa uma boa música é como tirar uma boa  no pôquer.É uma sensação gostosa.(...)”
“O que é que tem no jazz que te atrai tanto?
Coloco a música que gosto porque o filme é meu [ri].Existe um certo tipo de jazz que é ótima música para comédia,porque é para cima e viva.(...)"

Trilhas sonoras em filmes sempre servem para intensificar uma cena,dar mais emoção,transmitir algo,dar ênfase ao que é mostrado e sem elas não seria a mesma coisa.E isso não é diferente nos filmes de Woody,mas sendo o jazz ou a música clássica penso que essas 'emoções' são passadas de forma mais sofisticada.Em" Manhatan" ,por exemplo, a trilha sonora instrumental da um ar ,tanto de movimentação ou uma bela noite em NY,como de sofisticação,com a exaltação dos instrumentos na música.É muito interessante o que Woody consegue passar com a trilha sonora ,sendo o mesmo gênero,o jazz,transmitindo diferentes sensações .Ele escolhe as próprias músicas de seus filmes,do seu próprio acervo e poderíamos pensar que talvez as músicas não agradassem a outros já que ele escolhe músicas de seu gosto,mas não dá para não gostar.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sobre Annie Hall


"Vencedor do Oscar:Melhor Filme 1977".Isso está escrito na capa do filme que peguei para assistir,o que já diz muita coisa.Annie Hall ou Noivo neurótico,Noiva nervosa,de acordo com a crítica,foi o filme revelação de Woody Allen,ganhou quatro Oscars no ano seguinte e é considerado uma grande contribuição para o cinema americano.Os filmes cômicos de Allen contrastavam com os cineastas da década de 70,de Hollywood.

O filme se resume no relacionamento de Alvy Singer(Woody Allen),um comediante de Manhattan,com a cantora de clube noturno Annie Hall(Diane Keanton).A trama perpassa todo o relacionamento do casal,entre brigas,problemas,analistas,mas também pelo amor.

O legal do diretor é que ele consegue trazer o presente histórico da época para o filme.Fazer análise,discutir relação,liberdade de escolha da mulher,estava na moda.Esses diálogos são constantes e cômicos no longa.
E falando de moda,nada mais nada menos que Ralph Lauren assinou alguns figurinos de Annie no filme.

O inicio do filme me remeteu ao "Whatever Works",pois Alvy também conversa com o público num monólogo inicial como faz também o personagem Boris.
Nesse filme senti falta das famosas trilhas sonoras de Woody Allen.Pesquisado depois,descobri que ele optou por ter pouquíssima trilha sonora pois estava fascinado com os trabalhos de outro diretor que trabalhava com pouca trilha ou nenhuma.
O filme termina assim: "Pois é,acho que é bem assim que eu me sinto sobre relacionamentos.São totalmente irracionais,malucos ,absurdos,mas acho que todos nós continuamos a enfrentas porque a maioria de nós precisa de ovos."
Allen quebra com o happy end convencional e o filme termina com Annie e Alvy como amigos.
Lembro de assistir um filme desses qualquer,de Hollywood,e o final não foi feliz.O casal também terminou como amigos.Para mim foi uma grande revolução um filme hollywoodiano não terminar com um final feliz.Acho que esses filmes estão mudando,pouco,mas mudando.
No mais,o filme é ótimo,engraçado,leve de assistir.Vale muito a pena.


Anotações que fiz durante o filme:
-Personagem conversa com o público.
-Fala de Freud,psicologia,psicanálise...
-Personagem paranóico desde criança
-Cita McLuhan
-Problemas no relacionamento
-Trilha sonora só no final
-Written and Direct by Woody Allen

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Whatever Works(O filme)




O último filme do diretor Woody Allen lançado no cinema foi "Whatever Works" ,2009,(ou Tudo pode dar certo,em português).O filme marca a volta do cineasta a NY,que andava gravando seus últimos filmes na Europa,e trás de volta também ,o típico judeu nova-iorquino neurótico de suas produções.
Uma das características marcantes de Woody Allen são as auto- referências e,como já dito,ele as trás nesse filme.Allen é sim um judeu,neurótico e que foi muito ao psicanalista e ele leva isso aos seus filmes com muito humor e ironia.Assim,esse último filme não foge delas,mas ao invés de ser Woody,Larry Davis é o ator da vez(fazendo um Woody Allen).

Whatever Works conta a história de Boris (Larry David), que é um judeu nova-iorquino excêntrico e que abandona sua vida de conforto para tentar a sorte com uma existência mais boêmia como professor de xadrez.Durante o filme, Boris se apaixona por uma menina  mais nova que ele, interpretada por Evan Rachel Wood e a trama continua com várias surpresas na nova vida de Boris

Boris é insensível,sincero demais,excêntrico demais,mal humorado,pessimista,e até ,em certa cena ,chega a dizer que este não é um filme para fazer as pessoas se sentirem bem.Mas o filme consegue ser bom,e consegue trazer diferentes reflexões sobre vida e cotidiano,que não estão explicitas no filme,mas que devem ser pensadas.

Outra característica dos longas de Allen que esse filme também não foge é a conversa com o público.O personagem ultrapassa a barreira da telona e dialoga com quem está assistindo o longa.Conversa,faz perguntas e reflexões sobre o filme.

"Whatever Works" foi o primeiro filme do diretor Woody Allen que vi,e por isso escolhi como tema de trabalho,para ,para conhecê-lo melhor.E depois disso,vendo outros filmes do diretor,não sei se posso afirmar,mas tenho uma suposição.Os últimos filmes do diretor me parecem mais "fáceis" de se ver.São os mesmos filmes de humor ou dramáticos,mas parecem ter algo diferente.Mas creio que tenha algo a ver com quando o filme foi feito também.Os últimos filmes são feitos e gravados nos dias de hoje e os outros são gravados em outras décadas.Concluo que isso pode alterar muito a percepção de um filme e de como ele é feito.

No mais,é um filme ótimo e que relembra outros filmes do diretor...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

No início.("What´s up,Tiger Lily")




Tudo tem um início.
Este blog também e ele começa por causa de um trabalho da faculdade(UFMG - matéria: Projetos AI -meu tema : Woody Allen)
 
Allan Stewart Königsberg  é um cineasta, roteirista, escritor, ator e músico americano , mais conhecido pelo pseudônimo de Woody Allen. Nasceu no dia 1 de Dezembro de 1935 e desde de jovem se envolvia no mundo do entreteirimento.
 
O início de sua carreira ocorreu com o filme "What´s up,Tiger Lily" (O que é que há gatinha?),o qual escreveu e atuou.É um filme de comédia,de 1966,que conta a história de um editor de uma revista que possui uma complexa vida amorosa e confia em Dr. Fritz para ajudá-lo.

Em uma entrevista interessante ,ao perguntarem a ele sobre o filme ele disse : "É.Uma experiência não muito boa.A grande lição nesse caso é que se um filme é bem-sucedido,mas você não está contente com ele,a experiência é infeliz e não vale nada."

Seu primeiro filme como diretor mesmo é " Um assaltante bem trapalhão " e a partir daí são mais de 40 filmes,entre comédias e dramas,nas últimas 4 décadas.

E é assim que se inicia esse blog...